segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Rumor: Anderson Silva e mega-evento do UFC em SP


No mundo do UFC, normalmente os boatos surgem antes de qualquer notícia oficial. E, em muitos casos, esses rumores não demoram para se confirmar. A especulação do momento tem, mais uma vez, o Brasil como protagonista: segundo informações do MMA Weekly, Dana White, presidente da organização, pretende realizar um mega-evento do UFC em São Paulo, no mês de junho, tendo como estrela principal o campeão dos médios Anderson Silva.

Por mega-evento entenda-se o seguinte: a intenção do manda-chuva da maior franquia de MMA do planeta é quebrar o recorde de público do UFC – que pertence à edição 129, em Toronto, no Canadá, quando a luta principal, entre Georges Saint-Pierre e Jack Shields levou 55 mil pessoas ao Rogers Centre. Em São Paulo, White quer o evento num grande estádio, o suficiente para colocar mais gente para assistir ao show.


Por ora, o Brasil se prepara para receber o UFC novamente no dia 14 de janeiro, quando será realizada a edição 142 do evento, tendo José Aldo e Vítor Belfort como as principais estrelas do show. Porém, se a história sobre o UFC paulista se tornou um rumor, as chances de acontecerem são reais.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

UFC 140 - Jones vs. Lyoto: card completo


É bem verdade que o próximo evento do UFC já acontece no primeiro fim de semana de dezembro, com o TUF Finale 14, que vai colocar frente a frente os dois treinadores desta temporada do reality show – Michael Bisping vs. Jason Miller. Porém, não é menos verdade que a grande expectativa dos fãs do MMA está no show que acontecerá na semana seguinte, no sábado, dia 10, quando Jon Jones colocará em jogo o cinturão dos leves contra Lyoto Machida. O card do evento já está completo, inclusive com as definições de main event, preliminares do Spike TV e demais preliminares – todas as lutas são transmitidas pelo canal Combate.

Como é sabido, além do carateca paraense, outras duas lendas brasileiras estarão no Cage durante o evento que acontecerá em Toronto, no Canadá: os irmãos Antônio Rodrigo Minotauro – que terá sua esperada revanche contra o americano Frank Mir – e Antônio Rogério Minotouro – que fará uma luta pela sobrevivência no evento contra o queridinho Tito Ortiz. À medida em que o evento se aproximar, faremos análises sobre os combates. Por ora, confiram todas as lutas do evento e marquem suas agendas.


Main card
§  Heavyweight bout:  Frank Mir vs.  Antônio Rodrigo Nogueira
§  Light Heavyweight bout:  Tito Ortiz vs.  Antônio Rogério Nogueira
§  Welterweight bout:  Claude Patrick vs.  Brian Ebersole
§  Featherweight bout:  Mark Hominick vs.  Chan Sung Jung

Preliminary card
§  Light Heavyweight bout:  Krzysztof Soszynski vs.  Igor Pokrajac
§  Middleweight bout:  Jared Hamman vs.  Constantinos Philippou
§  Lightweight bout:  John Makdessi vs.  Dennis Hallman
§  Bantamweight bout:  Yves Jabouin vs.  Walel Watson
§  Lightweight bout:  Mark Bocek vs.  Nik Lentz
§  Welterweight bout:  Rich Attonito vs.  Jake Hecht
Lightweight bout:  Mitch Clarke vs.  John Cholish

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sonnen – o falastrão está de volta

Sonnen, após finalizar Stann

Chael Sonnen por muitos e muitos anos sempre foi considerado um wrestler de primeira linha e um lutador de MMA apenas mediano. Falastrão – e fanfarrão – por natureza, seu conceito perante o mundo das lutas começou a mudar no dia 7 de agosto de 2010 quando, no UFC 117, o americano surpreendeu o mundo ao surrar por cinco rounds ao brasileiro Anderson Silva, considerado o melhor lutador da atualidade – e um dos melhores de todos os tempos. Faltando menos de dois minutos para o fim do combate, Sonnen foi finalizado com um triângulo seguido de um armlock, mas seu desempenho naquele dia não foi esquecido.

Desde então, Sonnen não fala em outro assunto, que não seja uma revanche contra o Spider. Nesse meio tempo foi suspenso por doping – sim, lutou contra o brasileiro tendo feito uso de substâncias ilegais – se envolveu em outras polêmicas e voltou ao octogon, lutando e finalizando o compatriota Brian Stann. Em janeiro, o ex-contender nº1 dos médios será o protagonista do UFC on Fox 2 e lutará contra o compatriota de ascendência filipina Mark Muñoz.

O combate entre Chael Sonnen e Mark Muñoz – que vem de vitórias sobre Demian Maia e Chris Leben – deve dar ao vencedor o posto de novo desafiante de Anderson Silva.

Aos 34 anos, Sonnen apresenta um cartel bem irregular, com 26 vitórias, 11 derrotas e um empate. Antes da luta contra Anderson, seu grande momento no MMA se deu no extinto WEC, quando disputou o cinturão dos médios contra o brasileiro Paulão Filho – que finalizou o americano com uma Kimura no segundo round. Estreou no UFC em 2009, sendo finalizado por Demian Maia em apenas 2 minutos de luta. Venceu os medianos Dan Miller, Yushin Okami e o decadente Nate Marquardt – todos por decisão – quando ganhou a chance de lutar contra o Spider.


Sonnen até merece uma nova chance contra Anderson, especialmente pela forma como dominou o combate anterior. Mas, para isso, o UFC colocou uma pedra em seu caminho. Muñoz vem embalado e o que veremos é uma disputa entre wrestlers de alto nível. Sonnen talvez seja melhor nesse quesito. Mas a mão da “maquina filipina” é mais pesada. O resultado deve ser uma luta interessante, que pode ser um prato cheio para os haters de Sonnen.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Pitbull vs. Kampmann – uma chance para o brasileiro


Thiago Alves: briga com a balança

Nada como um nocaute fulminante para mudar o prestígio de um lutador. O meio médio Thiago “Pitbull” Alves já foi considerado uma das grandes promessas brasileiras no MMA, tendo obtido vitórias empolgantes contra nomes como Chris Lytle, Matt Hughes e Josh Koscheck – feitos suficientes para lhe alçarem à condição de desafiante de Georges Saint-Pierre. No combate entre eles, realizado no histórico UFC 100, o canadense levou a melhor por pontos e deu início a uma série de problemas enfrentados pelo brasileiro. Novas derrotas surgiram, lutas em que não conseguiu bater o peso quase custaram seu emprego, mas o atropelo aplicado em Papy Abedi no UFC 138, no início do mês, levou Pitbull de volta a um status de prestígio. E Joe Silva o colocou agora diante do dinamarquês Martin Kampmann, para se enfrentarem num show a ser realizado no início de março de 2012.

Enfrentar Martin Kampmann, um dos mais fortes nomes da categoria, significa, simplesmente, ter a chance de voltar a sonhar com o cinturão num futuro próximo, em caso de uma vitória. Atualmente, existem dois nomes que são os candidatos imediatos a enfrentar GSP pelo título dos meio-médios: o ex-campeão do Strikeforce Nick Diaz – de fato, o próximo adversário do canadense – e o ex-campeão do WEC Carlos Condit – que lutará contra Koscheck, e será o próximo contender, caso vença. Em tese, Kampmann é o terceiro da “linha sucessória”, posição que pode ser cedida ao brasileiro em caso de sucesso.

É claro que essa nova “chance” dada pelo UFC não significa que Thiago Alves terá vida fácil. Muito pelo contrário. Antes de vencer, no último evento, o duríssimo Rick Story – que já derrotou Pitbull –, Kampmann vinha de duas derrotas. Uma, num daqueles velhos “garfos” de arbitragem que acontecem em qualquer esporte, contra Jake Shields. E outra numa luta sensacional, uma verdadeira guerra contra Diego Sanchez. Nada que o diminua. O combate entre os guerreiros, pelas características de ambos, tem tudo para ser trocação pura, um deleite para os fãs. E que quem tiver mais cabeça, provavelmente sai do cage vitorioso.


Quando menos se esperava, Pitbull ganha uma nova chance. Por que não aproveitá-la? Tomara, apenas, que o profissionalismo volte a reinar de verdade e o brasileiro consiga, pelo menos, bater o peso sem maior stress.

Trator volta no UFC on FX 1

Trator, em ação contra Edwards: sob pressão
Após sofrer duas derrotas consecutivas após seu retorno ao UFC, o pernambucano Rafaello "Trator" Oliveira já tem data para voltar ao octágono: sob pressão - pode ser demitido em caso de nova derrota - o casca-grossa será um dos participantes do UFC on FX 1, que acontece no dia 20 de janeiro, uma semana depois do UFC 142, no Rio de Janeiro. Trator vai enfrentar um debutante no evento, o iraniano naturalizado sueco Reza Madadi, que tem um cartel de 11 vitórias e duas derrotas no MMA - e vem de uma seqüência de seis vitórias consecutivas.

Esta pode ser a última chance do pernambucano no principal evento do MMA mundial. Em sua primeira passagem pela organização, foi dispensado após duas derrotas em três lutas. Agora, já fez dois combates - contra Gleison Tibau e Yves Edwards - e perdeu ambos. Outro resultado frustrante pode significar facão para o brasileiro.

Aos poucos, o UFC on FX1 - que integrará a lista dos eventos de menor porte do UFC - vai formando um card interessante. Entre as cinco lutas já confirmadas, além do embate do pernambucano, duelarão Jim Miller vs. Melvin Guillard e Charles do Bronx - fazendo sua estreia no penas - vs. Robbie Peralta. Por sí só, essas três lutas já tornam, para o brasileiro, um evento interessante. E deve vir mais por aí.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

UFC Rio 2: card quase definido

Aldo: a estrela no Rio

Uma disputa de cinturão, duas estrelas do MMA brasileiro e muitos nomes repetidos, em relação à primeira edição do UFC Rio, em agosto passado. Esse é um panorama sintético do card da próxima edição do evento em terras tupiniquins, dia 14 de janeiro. O show, de edição 142, será realizado novamente na Arena HSBC, na capital fluminense, e já possui nada menos que 10 lutas definidas. A expectativa é de que 12 combates sejam realizados.

Se em agosto passado Anderson Silva foi a grande estrela da noite, disputando – e mantendo – o título dos médios contra o japonês Yushin Okami, desta vez José Aldo é o grande nome do evento. O brasileiro está invicto a seis anos – ou 13 lutas –, é o detendor do cinturão dos penas da organização e fará o main event da noite contra o invicto norte-americano Chad Mendes – que, em seu último combate, fez uma vítima brasileira, o faixa preta de jiu-jitsu Rani Yahya.

Esta será a primeira vez desde que chegou ao UFC que Aldo fará a luta principal da noite – em seus dois eventos anteriores, todos valendo cinturão, o brasileiro fez o co-main event. Será também uma excelente oportunidade desse amazonense se tornar um pouco mais conhecido pelo grande público de seu país. Poucos brasileiros sabem, por exemplo, que Aldo foi escolhido o melhor atleta de MMA de 2010, dentre todas as categorias.

Além de Aldo, outra grande estrela brasileira estará presente no UFC 142 – essa sim, extremamente conhecida em todos os cantos do Brasil: o carioca Vítor Belfort fará a segunda luta mais importante da noite. O combate terá um gostinho especial para o brasileiro: será a primeira vez, após 29 lutas como profissional, que “The Phenom” lutará em sua cidade natal. Após perder para Anderson Silva e atropelar o japonês Yoshihiro Akiyama, Belfort terá pela frente o americano Anthony Johnson – que vem de duas vitórias consecutivas e fará sua estreia entre os médios.

Nas outras oito lutas pré-marcadas da noite, em cinco delas teremos em ação lutadores que estiveram presentes na primeira edição do UFC Rio – sendo quatro brasileiros e um gringo. O “caveira” Paulo Thiago terá uma parada duríssima contra o americano Mike Pyle, Thiago Tavares  fará frente ao canadense Sam Stout, Edson Barboza tentará sua segunda vitória seguida contra o inglês Terry Etim e a sensação Erick Silva lutará contra o afegão Siyar Bahadurzada. O búlgaro Stanislav Nedkov, único estrangeiro a derrotar um brasileiro no UFC Rio – venceu Luiz “Banha” Cané – também voltará ao HSBC Arena, desta vez para enfrentar Fábio Maldonado.


As outras lutas que devem acontecem no evento: Rousimar Palhares, o Toquinho, enfrentando Mike Massenzio; Felipe Sertanejo Arantes encarando o canadense Antonio “Pato” Carvalho; e Edinaldo “Lula Molusco” Oliveira duelando contra o inglês Rob Broughton. Fica a expectativa da(s) luta(s) restante(s) a ser(em) definida(s).

Shogun e Hendo: seis meses de molho

Shogum: estragos e geladeira

A Comissão Atlética da Califórnia divulgou as suspensões médicas dos atletas que lutaram no evento. Como esperado, após a sangrenta batalha que protagonizaram, Maurício Shogun e Dan Henderson foram dois dos lutadores que pegaram o maior tempo de geladeira: ambos devem seis meses sem lutar por conta das lesões sofridas no combate.

Henderson, devido à “dura luta” e uma “possível fratura no polegar direito”, deve ficar afastado do octógono por 180 dias. Mais estragado, Shogun pegou a suspensão por razões mais fortes: “60 dias por conta de uma laceração na sobrancelha”, e “180 dias por uma possível fratura facial e craniana”. Em todos os casos, as suspensões podem ser revistas após uma nova avaliação médica.

Outros dois atletas pegaram um gancho de 180 dias após o UFC 139: Michael McDonald, por conta de uma fratura no terceiro dedo da mão direita, e Gleison Tibau, por conta de uma possível fratura no polegar direito. Curiosamente, os dois venceram seus combates e seus adversários, Alex Soto e Rafael dos Anjos, respectivamente, não sofreram suspensões médicas.


Vencedor por nocaute da segunda luta mais importante da noite, Wanderlei Silva pegou 60 dias de suspensão por conta dos estragos em sua sobrancelha direita. Seu rival, o vietnamita Cung Le, também fica de molho por dois meses por conta de uma fratura nasal.

Hendo, Shogun, Wand: próximos passos


Sempre quando se encerra um evento do UFC, cria-se uma expectativa acerca de qual deve ser o futuro dos lutadores, quem lutará com quem, enfim, qual o saldo que ficou do evento. Somando um pouco de lógica com futurologia, dá para prever o que pode acontecer com alguns dos atletas que estiveram no octagon em San José, no último sábado.

Hendo: próximo do cinturão 
Dan Henderson – A, para muitos, surpreendente vitória contra Shogun fez crescer muito o prestígio do americano, que já foi campeão do Pride, mas que já perdeu duas disputas de cinturão no UFC – contra Anderson Silva, pelos médios, e contra Quinton Rampage Jackson, pelos meio pesados. Porém, vinha de três vitórias consecutivas e era campeão do Strikeforce. A vitória de sábado pode dar a Henderson, novamente, a chance de disputar o título com o vencedor de Jon Jones e Lyoto Machida, que se enfrentam em dezembro.

Maurício Shogun – Se tivesse vencido, sem dúvida seria o próximo desafiante do cinturão dos meio pesados. Com a derrota, mesmo mantendo seu prestígio em alta com Dana White, precisará de pelo menos mais duas ou três vitórias para ter chance de ir para a cinta. Para tanto, precisará melhorar o condicionamento físico – seu grande calo – e as estratégias de luta. O ex-campeão do Pride possui um cartel muito irregular no UFC: 4 vitórias e 4 derrotas.

Wanderlei Silva – Venceu como nos velhos tempos, mas ainda não convenceu totalmente Dana White de que tem condições de lutar contra os tops do UFC. Deve ganhar, num futuro próximo, um novo adversário, possivelmente mediano. O UFC sabe que lutas de Wandeco é garantia de show e, enquanto ele continuar lutando, é isso o que a organização quer ver dele. Aposta: uma revanche contra Michael Bisping ou contra Chris Leben.

Urijah Faber – O Califórnia Kid venceu e convenceu o ex-campeão do WEC Brian Bowles e, com o resultado,l possivelmente ganhará o title shot para enfrentar novamente Dominick Cruz, campeão dos galos. Ambos se enfrentaram este ano e Cruz venceu por pontos, mas Faber não concordou com o resultado. Terá, possivelmente, sua última chance, num combate que será a “negra” entre eles – a única derrota de Cruz no MMA foi justamente para Faber.

Martin Kampmann – Numa categoria tão amplamente dominada por Georges Saint Pierre, esse duríssimo dinamarquês sempre surge como alguém que pode se tornar, em breve, um novo contender. Se vencer mais duas lutas, depois de Nick Diaz e Carlos Condit, ele pode, realmente, ser o próximo da fila.

Stephan Bonnar – Esse eterno mediano, protagonista – ao lado de Forrest Griffin – da luta que salvou o UFC da falência, finalmente pode ter a chance de enfrentar um top, caso seja confirmado seu combate contra Quinton Rampage Jackson para o UFC 144, que acontece no Japão, em fevereiro. Dono de um estilo mais empolgante do que técnico, terá a chance de sua vida. Dificilmente, no entanto, conseguirá mais do que isso.


Michael McDonald – Anotem este nome. Garoto de apenas 20 anos, fez sua terceira luta no UFC – na categoria dos galos – e venceu por nocaute com menos de um minuto de luta. Mais duas lutas, caso vença, seu nome começará a ser cogitado para a disputa do cinturão. E, pelo que já apresentou até agora, pode surpreender.


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

UFC 139: O retorno de Wanderlei


Wanderlei em ação contra Cung Le

A luta envolvendo Dan Henderson e Maurício Shogun foi tão espetacular, que mereceu um capítulo à parte ao excepcional evento que foi o UFC 139, disputado no último sábado. Porém, o show não se deu apenas com o main event da noite: vários foram os excelentes combates. Para os brasileiros, teve um gostinho especial a segunda luta mais importante do show, a vitória de Wanderlei Silva contra o vietnamita Cung Le.

Antes de mais nada, é preciso colocar os pingos nos “is”: Se Shogun e Henderson são grandes nomes da história do MMA, Wanderlei Silva é uma verdadeira lenda viva, um dos maiores nomes da história do esporte e responsável por sua popularização em diversos lugares do mundo – especialmente o Japão. Porém, desde que chegou ao UFC, seu desempenho tem sido sofrível e o presidente da organização, Dana White, avisara que poderia lhe aposentar em caso de novo vexame.

Dito isto, é fácil ter certeza de que o brasileiro entrou sob pressão no octógono, contra um adversário duro, violento, que já tinha sido campeão dos médios do Strikeforce e que, aos 39 anos, estava fazendo sua estreia no UFC. E o que se viu, inicialmente, foi preocupante. Wanderlei tentando lutar com estratégia – o que é raro – e sentindo dificuldades com a variedade de golpes (especialmente os rodados) do adversário.

Porém, no segundo round, o espírito do Pride baixou em Wanderlei Silva, que suportou as investidas de Cung Le e o fez sentir a força se seu punho e de seus joelhos. O curitibano não deu chances ao vietnamita, levando-o a nocaute e fazendo vibrar as 13 mil pessoas que lotaram o HP Pavilion. De alma lavada, Wanderlei não apenas adiou sua aposentadoria, como ainda provou ao UFC que ele ainda é sinônimo de espetáculo – justamente o que Dana White mais preza. Não à toa, o presidente da organização resolveu dar também a este combate o prêmio de melhor da noite – junto, obviamente, do duelo Shogun vs. Henderson.

Abaixo, os resultados completos do UFC 139.

Card Principal
Light Heavyweight bout Maurício Rua vs.  Dan Henderson
Henderson defeated Rua via unanimous decision (48–47, 48–47, 48–47).
Middleweight bout Wanderlei Silva vs.  Cung Le
Silva defeated Le via TKO (knees and punches) at 4:49 of round 2.
Bantamweight bout Urijah Faber vs.  Brian Bowles
Faber defeated Bowles via submission (guillotine choke) at 1:27 of round 2.
Welterweight bout Martin Kampmann vs.  Rick Story
Kampmann defeated Story via split decision (28–29, 30–27, 29–28).
Light Heavyweight bout Stephan Bonnar vs.  Kyle Kingsbury
Bonnar defeated Kingsbury via unanimous decision (30-27, 30–25, 30–27).

Card Preliminar
Light Heavyweight bout Ryan Bader vs.  Jason Brilz
Bader defeated Brilz via KO (punch) at 1:17 of round 1.
Bantamweight bout Michael McDonald vs.  Alex Soto
McDonald defeated Soto via KO (punches) at 0:56 of round 1.
Middleweight bout Tom Lawlor vs.  Chris Weidman
Weidman defeated Lawlor via technical submission (D'Arce choke) at 2:07 of round 1.
Lightweight bout Gleison Tibau vs.  Rafael dos Anjos
Tibau defeated dos Anjos via split decision (28–29, 29–28, 30–27).
Catchweight (141 lb) bout:  Miguel Torres vs.  Nick Pace
Torres defeated Pace via unanimous decision (30–27, 30–27, 30–27).
Welterweight bout Matt Brown vs.  Seth Baczynski
Baczynski defeated Brown via submission (guillotine choke) at 0:42 of round 2.
Catchweight (158 lb) bout:  Shamar Bailey vs.  Danny Castillo
Castillo defeated Bailey via TKO (punches) at 4:52 of round 1.

domingo, 20 de novembro de 2011

O épico Hendo vs. Shogun

Shogun e Hendo no 5º round de luta

O esporte em geral, muitas vezes, proporciona momentos inesquecíveis para seus aficcionados e, não raro, nos permite ter a certeza de estar presenciando – ao vivo – episódios em que a história está sendo verdadeiramente escrita ali. Foi assim, por exemplo, em 1992, para quem assistiu ao Dream Team de basquete norte-americano, que juntou numa mesma equipe Magic Johnson, Michael Jordan, Larry Bird, Charles Barkley, entre outros. Foi assim em 2008, na última prova da temporada da Fórmula 1, o GP do Brasil, quando, numa corrida espetacular, Felipe Massa cruzou a linha de chegada campeão do mundo e, segundos depois, perdeu o título para Lewis Hamilton. Foi assim na madrugada deste domingo (20), no combate de MMA, pela categoria meio pesado do UFC, entre o americano Dan Henderson e o brasileiro Maurício Shogun Rua.

Quis o destino que o épico combate, luta principal do UFC 139, fosse o primeiro da história da organização a ter cinco rounds disputados mesmo sem valer título da categoria. Tivesse tido apenas três rounds, como seria normal, teríamos visto o que se poderia chamar de um “atropelo” de Henderson pra cima de Shogun, especialmente no terceiro round – onde ainda se tenta imaginar como o brasileiro sobreviveu aos poderosos golpes de Hendo. Mas Shogun não apenas sobreviveu, como proporcionou, nos dois últimos rounds, uma das maiores reviravoltas da história das lutas.


Após assistir ao combate, o resultado – vitória de Dan Henderson por decisão unânime dos juízes, todos lhe dando 48 a 47 – é o que menos interessa. Poderia ter sido dado empate, afinal, sobreviver aos cinco rounds da maneira com que eles foram disputados, já seria uma vitória para qualquer um. Os juízes preferiram dar a vitória a um lutador e, se fosse para alguém vencer, este seria realmente o americano. Mas o saldo final para os lutadores foi serem protagonistas de um momento histórico. Se o Pride é considerado o palco das maiores lutas do MMA de todos os tempos, Henderson e Shogun – ex-campeões desse evento japonês – levaram esse espírito para o octágono do UFC. Sem dúvida, o mundo presenciou a uma das três melhores, senão a melhor e mais empolgante, luta de MMA de todos os tempos.

sábado, 19 de novembro de 2011

Fedor: vitória ou aposentadoria


Fedor, em ação contra Minotauro, no Pride

Se neste sábado, os olhos do MMA estarão todos voltados para a Califórnia, onde será realizado o UFC 139, no domingo as atenções dos amantes do esporte se voltarão para o outro lado do mundo, onde ocorrerá um evento, de longe, menos conhecido que o Ultimate Fight Championship, mas que mostrará em ação um dos maiores ídolos da história do mixed martial arts: Fedor Emelianenko, que lutará em seu país, a Rússia, no evento do qual ele também é sócio, o M1 Global.

Considerado um dos melhores pesos pesados de todos os tempos, Fedor reinou absoluto durante o extinto Pride, tornando-se campeão do evento sem jamais ter perdido uma única luta. Protagonizou embates memoráveis com alguns dos grandes nomes do evento, incluindo o brasileiro Rodrigo Minotauro – com quem lutou três vezes –, o croata Mirko Cro Cop, os americanos Mark Coleman e Heath Herring, entre outros.

Da mesma forma que espantou o mundo ao longo de dez anos com desempenhos memoráveis, o “Último Imperador” russo chocou o mundo do MMA no ano passado, ao ser finalizado pelo brasileiro Fabrício Werdum. E, em seguida, sofrer duas outras derrotas, para o também brasileiro Antônio Pezão Silva e para o americano Dan Henderson – sendo nocauteado nesta luta. Outrora, se era inimaginável imaginar Fedor perder uma luta, imaginem três consecutivas.

Neste domingo, Fedor volta a seu país – aonde não há dez anos – para tentar ressurgir no esporte. Nesta luta especial, que pode ser a última de sua carreira, em caso de nova derrota, o russo escalou o experiente Jeff Monson, de 40 anos, ex-lutador do UFC, do Pride e do Strikeforce. Indiscutivelmente, um lutador duro que, assim como Fedor, já viveu seu auge.

De minha parte, fica a torcida para que o russo vença e consiga se recuperar na carreira. Afinal, uma estrela que tanto brilhou – e por muitos anos – merece ter uma aposentadoria gloriosa e não como um saco de pancadas. Vamos ver o que o próximo combate mostrará.
Abaixo, o vídeo com a chamada da TV russa para o combate.


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Duelo brasileiro: Tibau vs. Dos Anjos


Num País que conta com nomes como Anderson Silva, Lyoto Machida, José Aldo, Maurício Shogun e Rodrigo Minotauro, é normal que as estrelas de Gleison Tibau e Rafael dos Anjos não brilhem com tanta intensidade. De todo modo, são os dois pesos leves que protagonizarão, neste sábado, um verdadeiro duelo tupiniquim no UFC 139.

Integrantes de uma das categorias mais disputadas do evento – que tem como campeão o americano Frankie Edgar –, o potiguar Tibau e o carioca Rafael integram o card premilinar do evento e farão a quarta luta da noite – ou seja, deve acontecer por volta das 20h, horário do Recife (o evento será transmitido na íntegra pelo canal Combate).
Ambos vêm de vitória e precisam repetir o resultado para tentar, aos poucos, galgar degraus na organização.
Tupiniquins em ação: Tibau vs. Rafael

Faixa-preta de jiu-jitsu, Gleison Tibau nasceu em Mossoró, tem 28 anos, é atleta da American Top Team e apresenta um cartel de 30 lutas, com 23 vitórias e sete derrotas. Vem de duas vitórias consecutivas: derrotou o pernambucano Rafaello Trator por finalização, no UFC 130, e o americano Kurt Pellegrino, por decisão dividida, no UFC 128. Antes, havia perdido para Jim Miller por decisão unânime, em 2010.

O também faixa-preta de jiu-jitsu Rafael dos Anjos nasceu no Rio de Janeiro, tem 27 anos, é atleta do Evolve Team e defende um cartel de 20 lutas, com 15 vitórias e cinco derrotas. Vem de uma vitória por nocaute contra o duríssimo George Sotiropoulos. Antes, perdeu por submissão para o não menos difícil Clay Guida.

O combate tem tudo para ser bem disputado e, claro, ambos têm amplas condições de vencer. Tibau é mais experiente, um verdadeiro operário do UFC – já fez 14 lutas pela organização, com nove vitórias e cinco derrotas, mas dificilmente conseguirá se tornar um top five da categoria. Dos Anjos, por sua vez, impressionou pela forma como derrotou Sotiropoulos. Possui quatro vitórias e três derrotas na organização e, embora não tenha um ranking tão positivo no UFC, meu palpite é de que ele vence, especialmente se entrar no octagon com a confiança apresentada em seu último combate.


Um lutão entre brasileiros. Pena que muitos nem sabem que vai acontecer.

Countdown UFC 139

Na véspera de cada evento, o UFC apresenta um programa especial sobre o próximo show, contando um pouco da história das lutas e dos lutadores. Confira o vídeo do Countdown UFC 139 (em inglês).



quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Rápidas do dia - Cigano leva US$ 220 mil

O UFC divulgou a premiação dos lutadores que participaram do UFC on Fox, no último sábado. Novo campeão dos pesados, o brasileiro Junior Cigano foi quem recebeu a maior bolsa da noite, entre os 20 lutadores que participaram do evento, com 220 mil dólares de premiação (sendo US$ 110 mil de bônus pela vitória). Cain Velasquez levou US$ 100 mil, seguindo de Ben Henderson (US$ 60 mil) e Clay Guida (US$ 40 mil).
- Menos de 12 mil o público do UFC on Fox
Em que pese toda a expectativa que cercou o evento, o público do UFC on Fox ficou abaixo do esperado – e divulgado anteriormente. Na coletiva pós-evento, falou-se que 14.019 foi o público total do evento. Nesta quinta, o UFC corrigiu a informação e anunciou que o público pagante foi de 9.864, enquanto outros 1.743 ingressos de cortesia foram distribuídos, totalizando 11.607 presentes no Honda Center, em Anaheim, na Califórnia.
- Suspensões médicas
Os atletas Norifumi “Kid” Yamamoto, Paul Bradley e Aaron Rosa foram os lutadores que tiveram as maiores suspensões médicas após o UFC on Fox: cada um deles pegou 180 dias “sem contato” por conta de possíveis fraturas sofridas. Nocauteado, Cain Velasquez está suspenso para lutar por 45 dias, sendo 30 dias sem contato algum. Essas suspensões podem ser revistas após um determinado período de tempo e, normalmente, costumam ser reduzidas.

UFC 139: mais um card espetacular


Shogun: guerra contra Henderson

A maratona de eventos do UFC continua neste sábado – será o quarto final de semana consecutivo – e promete ser um dos mais emocionantes do ano. Embora não tenha nenhuma luta valendo cinturão, todos os cinco combates do card principal, mais alguns do preliminar, têm tudo para tirar o fôlego do fã de MMA.

A luta principal do evento bem que poderia ter acontecido seis, sete anos atrás no Pride. Não ocorreu, mas o UFC está corrigindo este erro e possibilitará ao público o duelo entre os ex-campeões do Pride Maurício Shogun Rua vs. Dan Henderson. Dada a agressividade e qualidade dos oponentes, embate tem tudo para ser sensacional. E, embora não valha o cinturão, a luta dará ao vencedor o direito de se tornar o desafiante nº 1 dos meio pesados – que disputará o título contra o vencedor do combate entre o campeão Jon Jones e o desafiante Lyoto Machida, que ocorre em dezembro.

No co-main event da noite, outro brasileiro que também foi estrela do Pride – mas que jamais conseguiu repetir o mesmo desempenho no UFC. Wanderlei Silva faz uma luta que pode ser considerada de vida ou morte para ele – pelo menos no que se refere à sua sobrevivência na organização. Após ser humilhado por Chris Leben e ser nocauteado com apenas 27 segundos de luta, o “Cachorro Louco” enfrentará o vietnamita Cung Le, ex-campeão do Strikeforce, que estará debutando no UFC.

E no terceiro duelo mais importante da noite, outro combate que promete empolgar: os ex-campeões do WEC – organização de pesos mais leves, que foi comprada pelo UFC – Urijah Faber e Brian Bowles duelam na categoria dos galos. Assim como ocorre com Shogun vs. Hendo, quem vencer essa luta ganhará o title shot e enfrentará o campeão Dominik Cruz – que, aliás, já lutou contra – e derrotou – os dois oponentes.

Essas três lutas, por si só, já seriam suficientes para empolgar qualquer evento. Mas Dana White e o match maker Joe Silva acharam pouco e programaram ainda os eventos entre Martin Kampmann  vs. Rick Story (lutão), Stephan Bonnar vs. Kyle Kingsbury (lutaça!), Gleison Tibau vs. Rafael dos Anjos (grande duelo verde-amarelo), entre outros. Confiram, abaixo, o card completo. Em negrito, as apostas deste que vos escreve.

Meio pesado – Maurício “Shogun” Rua vs. Dan Henderson
Médio – Wanderlei Silva vs. Cung Le
Galo – Urijah Faber vs. Brian Bowles
Meio médio – Martin Kampmann vs. Rick Story
Meio pesado – Stephan Bonnar vs. Kyle Kingsbury
Meio pesado – Ryan Bader vs. Jason Brilz
Galo – Michael McDonald vs. Alex Soto
Médio – Tom Lawlor vs. Chris Weidman
Leve – Gleison Tibau vs. Rafael dos Anjos
Galo – Miguel Angel Torres vs. Nick Pace
Meio médio – Matt Brown vs. Seth Baczynski
Leve – Shamar Bailey vs. Danny Castillo

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Cigano passará por cirurgia


Cigano: topo do ranking e cirurgia

A informação de que o brasileiro Junior Cigano havia lesionado o menisco 11 dias antes da disputa do título dos pesados do UFC, contra Cain Velasquez, não apenas foi confirmada, como o problema fará com que o novo campeão vá para a mesa de cirurgia. De acordo com o jornalista Marcelo Alonso, do Portal do Vale Tudo, em entrevista à MMA Weekly, Cigano deverá ir “para a faca” em breve.

Ainda não se sabe ao certo quanto tempo após a cirurgia o brasileiro vá ficar parado, mas ele próprio afirmou que espera fazer sua primeira defesa de cinturão no segundo trimestre de 2012. Ou seja, é de se esperar que no meio do próximo ano ele possa enfrentar o vencedor de Brock Lesnar vs. Alistair Overeem, que se enfrentam no UFC 141, em dezembro.

Nesta quarta-feira (16), o MMA Weekly também divulgou seu novo raking, baseado nos resultados acontecidos nas últimas semanas. Como era de se esperar, Cigano assumiu a topo entre os pesados. Os dez primeiros colocados na lista dos heavyweight são:


1. Junior Dos Santos (2)

2. Alistair Overeem (3)
3. Cain Velasquez (1)

4. Josh Barnett (4)
5. Brock Lesnar (5)
6. Fabricio Werdum (6)

7. Shane Carwin (7)
8. Frank Mir (8)
9. Daniel Cormier (9)
10. Antonio Rodrigo Nogueira (10)