Encarada após coletiva, quinta-feira. Foto: Josh Hedges/Zuffa LCC |
2011 foi repleto de várias das lutas “mais esperadas do
ano”. Neste sábado, Jon Jones e Lyoto Machida protagonizam a mais nova edição
desta série – talvez, uma das mais difíceis de se prever (senão o resultado em
si, já que JJ é o favorito absoluto, ao menos a forma como o combate se
desenvolverá). A disputa vale nada menos que o cinturão dos meio-pesados,
categoria à qual o americano é o atual campeão e que o brasileiro foi o número
um até a derrota para Maurício Shogun, no UFC 113.
Em que pese o favoritismo quase total dado por
especialistas a Jon Jones, as características dos dois lutadores nos faz
imaginar uma luta muito diferente do usual – assim como são os atletas. Aliás,
ambos têm um histórico semelhante até o momento em que conquistaram o cinturão.
Desde que estreou no UFC, Jon Jones sempre foi absoluto
em todos os seus combates. Até no que perdeu. Em nova lutas, foram oito
vitórias e apenas uma derrota. A “derrota”, para Matt Hammill, se deu após um
massacre aplicado por JJ no adversário. Porém, parte desse massacre se deu
através de cotoveladas ilegais. Acabou sendo desclassificado e manchando seu
cartel com sua única derrota na carreira.
Em todas suas demais lutas – e vitórias – Jon Jones foi
mostrando uma evolução extraordinária em todos os níveis de seu jogo. Wrestler
de altíssimo nível, o campeão jamais foi colocado para baixo e sempre dominou completamente
todos os seus oponentes. Jamais passou por apuros em uma luta, jamais teve seu
queixo realmente testado – não por falta de oponentes gabaritados, mas graças
ao seu extraordinário talento.
Porém, o que faz dessa luta contra Lyoto Machida uma
incógnita é justamente o fato de o dono do cinturão enfrentar um lutador que,
até se tornar campeão do UFC, também possuía um cartel irrepreensível. Quando
conquistou o título da categoria, no UFC 98, nocauteando Rashad Evans, o
carateca chegava à marca de sete vitórias consecutivas no evento – e 15 na
carreira – sem nunca ter perdido sequer um round em todos os seus combates.
Dono de um estilo pouco ortodoxo, assim como JJ, Lyoto
é o típico cara que é difícil de “ser achado” no octógono. Há quem o chame de
fujão. O certo é que ele é um excelente estrategista, que viu sua confiança ser
abalada após os dois combates contra Shogun, mas que voltou a cair nas graças
do UFC após o sensacional nocaute contra Randy Couture.
Sobre a luta em si: Jon Jones é favorito e Lyoto não
parece ter um queixo tão resistente caso o campeão acerte em cheio algumas das
cotoveladas que lhe são características. No entanto, JJ sabe do poder de
Machida nos contra-golpes. Sabe que foi desta forma que o brasileiro abriu
caminho para conseguir muitas de suas vitórias. Então, não será de estranhar se
o americano for mais contido no combate.
Quando a luta foi anunciada, eu apostava num nocaute rápido de Jon Jones. Agora, um dia antes da luta, acredito que a luta não será rápida. Vejo Jon Jones ainda como favorito, mas Lyoto pode surpreender – especialmente se conseguir levar a luta até o final. Afinal, outra coisa que nunca foi testada em JJ foi seu gás para cinco rounds. Enfim. Acredito que a luta principal do UFC 140 pode ser um grande quebra-cabeças cuja montagem deixará tensa toda a torcida brasileira. E, por que não, americana também.
Bela análise, meu querido.
ResponderExcluirTá todo mundo ansioso e, apesar do lógico favoritismo de Jon Jones, a esperança brasileira é justificada: Lyoto tem o melhor jogo de pernas do UFC e é letal nos contra-ataques. O queixo de Bones nunca foi testado, assim como ele de costas no chão e seu punch não tem das maiores pegadas. Enfim, é se apegar a isso pra acreditar no brazuca.
Difícil é Jones dar sopa pra alguma dessas coisas acontecerem. Nunca aconteceu.