quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Demian e Charles: Brasil no octógono

Na noite de sábado, em que boa parte dos amantes do MMA estarão de olho em Chael Sonnen, Michael Bisping, Rashad Evans e Phil Davis, dois brasileiros também estarão participando da segunda edição do UFC on Fox e, por razões diferentes, terão lutas de grande importância. Demian Maia e Charles "do Bronx" Oliveira serão os representantes brasileiros no show.

Faixa-preta e campeão mundial de jiu-jitsu, o jornalista e lutador paulista Demian Maia fará nada menos que sua 13ª apresentação no UFC desde que estreou, em outubro de 2007, quando finalizou com um mata-leão a Ryan Jensen, no UFC 77. Ao todo, são 12 lutas, com nove vitórias e três derrotas. Apesar do bom histórico na organizaçãoPara Maia, o combate contra Chris Weidman pode ser considerado decisivo, pois ajudará a decidir o que se esperar do brasileiro: se ele poderá voltar a disputar o cinturão - como fez em 2010, quando perdeu por decisão unânime para Anderson Silva; ou se ele se tornará apenas um bom lutador, que ficará ali, no meio da categoria, muitas vezes servindo de escada para revelações.

Chris Weidman está invicto em sete lutas no MMA. Virou o adversário de Demian após a contusão de Mark Muñoz, que enfrentaria Chael Sonnen. Michael Bisping, que lutaria contra o brasileiro, foi "promovido" para o combate contra o americano e o UFC colocou Weidman no caminho de Demian. Embora tenha vencido suas três lutas no UFC, Weidman estará diante do maior desafio de sua carreira. Se vencer, poderá pular algumas boas posições no "ranking" da categoria. Se perder, permitirá que Demian se coloque, talvez, a uma ou duas lutas de um novo title shot.

No card preliminar, Charles Oliveira terá um confronto muit importante contra o americano Eric Wisely, atleta que estará estreando no UFC. O brasileiro de apenas 22 anos fará seu debut entre os penas, após cinco lutas na categoria dos leves da organização - com 2 vitórias, 2 derrotas e 1 no contest.

Com duas vitórias empolgantes em duas lutas, rapidamente Oliveira se tornou uma espécie de garoto-prodígio e muito foi depositado nele - talvez cedo demais. Tal fato ficou provado em seu terceiro combate, quando esteve diante do duro Jim Miller, que o finalizou no primeiro round - fazendo o brasileiro conhecer sua primeira derrota em 15 lutas na carreira. Uma derrota contra Donald Cerrone em seu último combate foi, definitivamente, a prova de que Charles ou era muito verde - embora extremamente talentoso - ou muito leve para a categoria. Talvez, as duas coisas juntas.

Do Bronx resolveu baixar para a categoria dos penas, onde pode se sobressair pelo tamanho - seus 1m78 parecerão enormes diante de seus adversários -, mas é necessário saber como ele se portará ao ter que perder mais cinco quilos além do que estava habituado. Os penas são dominados por José Aldo e carecem de grandes nomes para, num futuro próximo, desafiar o campeão. O estilo de Charles do Bronx é empolgante. Resta saber se ele conseguirá se recuperar psicologicamente de suas derrotas e se adaptar bem ao novo desafio. A torcida para isso é grande.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A expectativa por Sonnen vs. Bisping

Bisping , golpeando Jason Miller
Foto: Josh Hedges/Zuffa LLC

Na noite do próximo sábado acontece o UFC on Fox 2 e um fato curioso se observa em relação ao show: a luta principal não é, nem de longe, a de maior expectativa na noite. Embora o main event envolva também uma “semifinal” para a disputa do cinturão – se Rashad Evans derrotar Phil Davis, será o próximo adversário de Jon Jones – é o combate entre Chael Sonnen e Michael Bisping – dois dos maiores falastrões do MMA – que vem gerando maior expectativa. Quem vencer esse confronto, enfrentará Anderson Silva pelo título dos médios, provavelmente no Brasil.

Graças à sua fanfarronice e arrogância – somados, claro, ao seu desempenho no UFC 117, contra Anderson –, o americano Chael Sonnen conseguiu o que queria: atraiu todos os holofotes do mundo da modalidade para si. Hoje, Sonnen é odiado em quase todos os cantos fora dos EUA – mesmo na sua terra ele não é dos mais queridos. No entanto, seu confronto contra o Spider, em agosto de 2010, quando o americano surrou o brasileiro por quatro rounds e meio, mas acabou finalizado faltando pouco mais de um minuto para o fim do combate, fez o mundo querer assistir a uma revanche.

Desde sua derrota neste histórico combate, Sonnen fez apenas uma luta, quando venceu bem o compatriota Brian Stann – que vinha em ascensão. Já o inglês Michael Bisping, que há algum tempo vem pedindo uma oportunidade para disputar o título, está vindo de uma sequência de quatro vitórias consecutivas e acredita que chegou seu momento.


Numa análise rápida do que pode acontecer, Bisping é melhor na trocação, mas não tem punch. Sonnen – que também não tem punch – é um wrestler por excelência e a tendência é que ele consiga impor seu jogo, colocando o inglês no chão e utilizando do ground ‘n’ pound e consiga a vitória na decisão dos juízes. Esse é meu palpite.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

UFC on Fuel TV – Card atualizado

Ronny Markes no card principal
Foto: Josh Hedges/Zuffa LLC

Mais uma luta foi adicionada ao card da primeira edição do UFC on Fuel: trata-se do duelo entre os leves Anton Kuivanen (Finlândia) vs. Justin Salas (EUA), ambos debutantes na organização.

O evento acontecerá no dia 15 de fevereiro e, apesar de ser um dos shows menores do UFC, já tem um card muito interessante, a começar do main event, Diego Sanchez vs. Jake Ellenberg – o vencedor estará muito próximo de uma disputa pelo cinturão da categoria.

Dois brasileiros estarão presentes no evento: Ronny Markes, que lutará no card principal contra o americano Aaron Simpson (pesos médios); e Vagner Rocha, que estará no card preliminar contra o também americano Jonathan Brookins (pesos penas).

Card provisório:

Main Card (on Fuel TV):
-Diego Sanchez (23-4) vs. Jake Ellenberger (26-5)
-Stefan Struve (22-5) vs. Dave Herman (21-2)
-Aaron Simpson (11-2) vs. Ronny Markes (12-1)
-Stipe Miocic (7-0) vs. Phil De Fries (8-0)
Preliminary Bouts (on Facebook):
-Ivan Menjivar (23-8) vs. John Albert (7-1)
-Jonathan Brookins (12-4) vs. Vagner Rocha (7-2)
-T.J. Dillashaw (4-1) vs. Walel Watson (9-3)
-Justin Salas (9-3) vs. Anton Kuivanen (16-4)

UFC on FX 1 - A maratona continua


Jim Miller tentará recuperação
Foto: Josh Hedges/Zuffa LLC

A maratona de UFCs de 2012 apenas começou. Menos de uma semana após a realização do UFC 142, outra edição será realizada, na próxima sexta-feira (20). Trata-se do primeiro UFC on FX, evento de menor porte, que acontecerá em Nashville, Tennessee, e terá quatro lutas no card principal – além de outras seis no preliminar. O main event tem tudo para ser excelente: o duelo entre os leves Melvin Guillard vs. Jim Miller. Ambos vêm de derrota, mas se encontravam numa grande fase até o revés. Quem vencer deve voltar à fila pela disputa do cinturão.

O Brasil estará representado no evento no card preliminar, com Fabrício Morango Camões, que volta à organização. O peso leve carioca, que lutará contra o americano Tommy Hayden, foi cortado do UFC após ser derrotado pelo americano Kurt Pellegrino, em março de 2010.

Confira o card completo:

Card principal

Melvin Guillard vs. Jim Miller – Leves
Duane Ludwig vs. Josh Neer – Meio-médios
Mike Easton vs. Jared Papazian – Galos
Pat Barry vs. Christian Morecraft – Pesados

Card Preliminar

Jorge Rivera vs. Eric Schafer – Médios
Kamal Shalorus vs. Khabib Nurmagomedov – Leves
Charlie Brenneman vs. Daniel Roberts – Meio-médios
Fabrício Camões vs. Tommy Hayden – Leves
Daniel Pineda vs. Pat Schilling – Penas
Joseph Sandoval vs. Nick Denis – Galos

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A chance de Minotouro

Minoto comemora vitória sobre Ortiz
Foto: Nick Laham/Zuffa Lcc.

A vitória contundente sobre Tito Ortiz no UFC 140 parece que voltou a dar moral ao brasileiro Antônio Rogério Minotouro na organização. O meio-pesado brasileiro, que chegou a ser ameaçado de demissão caso não vencesse o americano, ganhou novamente o status de top e fará o main event do primeiro evento da companhia a ser sediado na Suécia, o UFC On Fue 2, que será realizado no dia 14 de abril, em Estocolmo.

Como não poderia deixar de ser, o UFC deu o maior nome do MMA sueco como adversário de Minotouro: Alexander Gustafsson, que possui seis lutas na organização, com cinco vitórias e uma derrota. O atleta vem de uma vitória arrasadora sobre o bielorrusso Vladimir Matyushenko. Não será novidade se o vencedor ganhar oportunidade de, num futuro muito próximo, entrar em definitivo na fila pelo cinturão da categoria – atualmente aos cuidados de Jon Jones.

Outro brasileiro também deve participar do evento sueco, o policial do Bope Paulo Thiago. O atleta estava incluído no card do UFC Rio 2, mas uma lesão o tirou de combate. Agora, ele vai enfrentar o afegão Siyar Bahadurzada – que também estava no card do Brasil, mas, da mesma forma que o rival atual, se lesionou.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Jones pede para lutar. Henderson na fila


Henderson: o guerreiro quer Jones

Após derrotar Lyoto Machida, em dezembro passado, Jon Jones pediu para ficar um tempo sem lutar, queria descansar com a família. Nada mais justo para alguém que disputou nada menos que quatro combates em 2011. Pois bem, o campeão dos meio-pesados e melhor lutador de 2011 parece que se cansou das férias e já avisou a Dana White que quer voltar ao octágono o quanto antes. Com isso, cresce a expectativa de que o duelo Jones vs. Dan Henderson seja agendado rapidamente.

Henderson derrotou o brasileiro Maurício Shogun num combate épico, no final de novembro, e, desde então, se tornou desafiante ao título da categoria. No entanto, UFC estava disposto a aguardar a luta entre Rashad Evans vs. Phil Davis para definir quem seria o próximo contender da categoria. No entanto, com o recado de Jones, já surgiram especulações de que uma luta contra Henderson pode ser agendada para o UFC 145, que será realizado dia 24 de março em Montreal, Canadá.

Por enquanto, porém, tudo ainda está no campo das especulações. No entanto, o queixo de chumbo e a mão de pedra de Dan Henderson pode fazer dele um adversário muito interessante para a máquina Jon Jones.

Acompanhe também a coluna Por Dentro do Octógono (http://jconlineblogs.ne10.uol.com.br/pordentrodooctogono/) no JC Online e o Twitter @jc_octogono.

O renascimento de Fedor

Fedor: na mira do Strikeforce
Nada como um dia atrás do outro - ou uma vitória atrás da outra. Após sofrer três derrotas consecutivas e não ver seu contrato renovado, a lenda russa Fedor Emelianenko pode estar voltando ao Strikeforce. O CEO da organização, Scott Coker já demonstrou interesse em ver o ex-campeão do Pride lutando contra o vencedor do GP dos pesados que o evento está realizando - Josh Barnett ou Daniel Cormier.

Fedor participou do GP e foi eliminado logo na primeira luta, contra Antônio Pezão Silva, quando foi derrotado por nocaute técnico, após interrupção médica no final do segundo round. Em seguida, o lutador - que já havia perdido para Fabrício Werdum - também foi derrotado por Dan Henderson, e acabou não tendo seu contrato renovado. Recentemente, realizou duas lutas, uma na Rússia, outra no Japão e, mesmo sem empolgar, venceu ambas.

Caso retorne de fato ao Strikeforce, Fedor poderá realizar dois antigos sonhos dos fãs do MMA. Primeiro, dependendo do resultado do vencedor do GP, enfrentar Barnett - luta esperada desde os tempos do Pride, que nunca aconteceu. Segundo, vê-lo no UFC. Como a organização presidida por Dana White comprou recentemente o Strikeforce - e muitos lutadores estão migrando para o Ultimate Fighting, pode ser que o tão sonhado acordo entre as partes aconteça. 


Acompanhem também a coluna Por Dentro do Octógono, no site do JC Online, e o Twitter @jc_octogono

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Jon Jones, o lutador do ano

Jones, o melhor de 2011
Foto: Nick Lahan/Zuffa LLC

Embora o brasileiro Anderson Silva e o canadense Georges Saint-Pierre sejam considerados os dois principais lutadores do mundo, peso-por-peso, pelo segundo ano consecutivo o título de melhor do mundo no MMA fica com um jovem atleta – que pode ser considerado o futuro do esporte. Em 2010, a honra coube ao brasileiro José Aldo Junior, 24 anos, campeão dos penas e com apenas uma derrota em 22 lutas disputadas – estando invicto no UFC. Em 2011, não é surpresa para ninguém, o dono do status de melhor do mundo coube ao incrível Jon “Bones” Jones, também de 24 anos.

De fato, ainda é um mistério para a maioria dos adversários descobrir como vencer o atual campeão dos meio-pesados do UFC, dono de um cartel de 15 vitórias e uma derrota. Bem, o responsável por essa derrota de Jones pode saber qual o segredo – os leigos podem imaginar. Não, nem ele sabe. A única luta em que não venceu em sua carreira aconteceu contra o compatriota Matt Hammil. E Jones aplicou uma surra homérica no rival. Com direito, inclusive, a cotoveladas ilegais – razão pela qual ele foi derrotado. Por desclassificação.

Em 2011, Jones fez jus ao título de melhor lutador do ano. Realizou nada menos que quatro lutas. Os adversários: primeiro, o então invicto Ryan Bader, que foi facilmente finalizado no segundo round; depois o então campeão Maurício Shogun, que levou uma das maiores surras de sua carreira, sendo nocauteado no terceiro round; em seguida, já como campeão, Jones enfrenta a lenda Quinton Rampage Jackson – e também finaliza o adversário no quarto round, após ter dominado os três anteriores. Por fim, em dezembro, aquele que seria seu maior desafio: Lyoto Machida. O brasileiro faz um primeiro round impecável – embora dois juízes tenham dado vitória para Jones – mas sente a força do rival no segundo round e tem o mesmo destino de Bader e Rampage – e acaba finalizado.


Lyoto foi quem chegou mais perto de decifrar este incrível norte-americano que jamais foi, sequer, derrubado no octógono. Há quem diga que apenas Anderson Silva teria condições de vencer Jones, caso o Spider suba para os meio-pesados. Algo difícil de ocorrer. Ou Junior Cigano, caso Jones suba para os pesados. Algo possível de acontecer, mas nem tão cedo. Resta, então, tanto seus fãs quanto seus haters, apreciar a “arte” que é Jon Jones em ação – sem dúvida, o grande nome desse esporte em 2011.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Ecos do UFC 141

- Apesar da incontestável vitória de Alistair Overeem sobre Brock Lesnar, não seria injusto dizer que Johny Hendricks e Nate Diaz foram os maiores vencedores do UFC 141. O primeiro nocauteou o "inocauteável" Jon Fitch e deve provocar uma reviravolta na lista dos contenders entre os meio-médios. O segundo parou a ascenção de Donald Cerrone, ao mesmo tempo que entrou definitivamente na fila pelo cinturão - algo inimaginável alguns meses atrás. Para completar, Diaz e Fitch foram premiados com a luta da noite, enquanto Hendricks o KO da noite.

- Surpreendente também foi o desempenho do invicto Jimy Hettes, que fez sua segunda luta no UFC contra o complicado Nam Phan e não tomou conhecimento do adversário. Manteve seu cartel invicto (10-0) e, desde já, vai ser observado para uma possível disputa pelo cinturão dos penas - hoje sob o poder do brasileiro José Aldo Júnior.

- Entre os brasileiros: Diego Nunes se recupera da derrota para Kenny Florian e, por pontos, vence Manvel Gamburyan. Bom pelo resultado, mas o atleta da Nova União ainda não deslanchou em suas últimas lutas. Tem mais potencial do que vem demonstrando. Já o pernambucano Júnior Assunção fez uma boa luta contra o inglês Ross Pearson, mas faltou contundência para derrotar o rival. Podia ter levado por pontos, mas, como diz Dana White: "Nunca deixe nas mãos dos juízes".

- Mesmo derrotado, Brock Lesnar levou o maior cachê da noite: U$ 400 mil, seguido de Overeem, que levou U$ 385 mil - incluindo o bônus pela vitória. Diego Nunes levou U$ 24 mil - incluindo o bônus pela vitória - e Júnior Assunção levou para casa U$ 8 mil. Esses são os valores "oficiais" - não estão incluídos os números não-divulgados.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Lesnar: a “invenção” do UFC se despede

Lesnar, diante de seu último algoz
(Foto: Donald Miralle/Zuffa LCC)

Antes da luta começar, meu palpite era de que Brock Lesnar usaria seu wrestling de alto nível para derrotar o rival, Alistair Overeem. Qual não foi a minha surpresa ao ver que, na luta principal do UFC 141, o gigante albino fugiu de suas características e não tentou derrubar nenhuma vez seu adversário. E acabou sendo surrado, numa luta que acabou tão rápida quanto a própria carreira no MMA do ex-campeão dos pesados da organização.

Após a luta, Lesnar anunciava que, atendendo a um pedido da família, estava abandonando o MMA. Chega ao fim, desta maneira, uma das maiores jogadas de marketing já realizadas por Dana White – responsável por render milhões de dólares ao UFC e algumas lutas inesquecíveis para os fãs.

A carreira de Brock Lesnar no MMA teve oito lutas, com 5 vitórias e 3 derrotas (4-3 no UFC). Um cartel ruim, se considerar o histórico dos grandes campeões do esporte. Um recorde, no mínimo, interessante, se for levado em consideração os adversários do americano. Venceu atletas de alto nível como Heath Herring, Frank Mir, Randy Couture e Shane Carwin. E só perdeu para grandes nomes – como o próprio Mir, além de Cain Velasquez e, agora Overeem.

A grande questão é que Lesnar não é nem nunca foi um lutador, no sentido literal da palavra. Foi astro de wrestling – incluindo aquela modalidade “combinada”, de entretenimento - e depois jogador de futebol americano, antes de estrear no UFC. Sua força descomunal era um grande trunfo que possuía. Porém, ele não estava habituado a ser golpeado. Tinha medo. E deixou isso claro em várias lutas – o que deixava ainda mais claro que, não fosse sua força tremenda, jamais seria, sequer, um lutador mediano.


Ao longo de quase quatro anos, Lesnar foi uma grande estrela do UFC, apesar de ter feito apenas sete lutas no período. Passou por duas diverticulites que quase lhe tiram a vida e superou-as. Comprou brigas com atletas e público. Era odiado, mas todos queriam vê-lo lutar. O marketing de Dana White foi bom enquanto durou. Agora, é o momento de Lesnar curtir os milhões que ganhou ao longo de sua carreira. E do UFC passar a olhar com mais seriedade e menos brincadeira a categoria dos pesados – que tem no brasileiro Júnior Cigano dos Santos um legítimo campeão.